O CONDUTOR

Um dia te vi rosto cansado,

Depois de um passeio entre as falésias

Eu não estava lá.Mas acho que caminhei

Beirando os abismos de rochas

Sentindo o vento frio bater na face

E a maresia queimar a pele

Perto, havia vozes infantis

Animadas com o passeio – aventura

Ouvi aquelas vozes como chilrear de pássaros livres

Eras o guia, o condutor,

E em meio à bela e fria paisagem

O som das ondas que se despedaçavam nas pedras

Fazia pensar sobre a força do mar

Quase um pastor, teu instinto paterno,

Não te descuidavas das crianças

Mas teu espírito viajava.

Desse passeio estafante

A mim chegou um rosto

Lindo e cansado

Talvez seja a imagem mais bela

Que eu tive de ti

Além daquela de aconchegar nos braços

Um anjo que dormia também de cansaço.

Não dá para explicar a emoção que me invade

Quando pouso os olhos em ti

Queria sentir algo diferente

Que não fosse amor somente

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 24/12/2007
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