VELHO ENREDO

Aquele cheiro de terra molhada,

tua mão no meu cabelo,

branca blusa na pele queimada de sol...

Era janeiro e um ano recém iniciado,

deixava à frente tanta estrada,

iluminado salão convidando à dança...

As dúvidas, se existiam,

eram remotas como longínquos

clarões nos céus...

Naquela eternidade momentânea,

sobressaíamos no cenário da vida e

tudo parecia sem começo nem fim...

Num fim de tarde qualquer,

numa praia qualquer,

maciez de areia engolindo nossos pés...

E agora nossas vidas guardadas

em um velho

álbum de retratos...

Cenas de um enredo perdido,

folhetim guardado no sótão,

claras vozes vagando no espaço...

Nós dois, agora, linhas paralelas:

quem sabe o milagre do encontro

na curva do caminho?

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 19/02/2008
Reeditado em 23/05/2011
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