Mutação da vida

Imagens velhas vêm brincar comigo,

Nós saimos e corremos,

Eu ri mais uma vez com elas,

E ouvi as gargalhadas,

Que me faziam cócegas aos ouvidos.

Cócegas às vezes são desagradáveis,

E nos irrita, nos faz gritar de raiva.

Cócegas às vezes nos convêm,

Para tirar a dia da monotonia.

Imagens antigas me lembram o toque,

O toque sereno da amizade,

Do olhar que entende sem perguntar,

Da vontade de abraçar do nada,

O toque da imagem que me diz amar.

Amar um amor diferente de amar,

Amar sem precisar.

O olhar calmo, e puro de quem sabe ler,

Quem sabe ler o olhar do outro.

Ou quem sabe reconhecer no outro

A transparência necessária

Que de tal importância

Se diz para a sobrevivência.

As imagens revisadas me revelam

A harmonia entre os olhares, gestos e palavras,

Como se quem os ouvisse já soubesse que os iria escutar.

As imagens me trazem uma celebridade

A tão falada e famosa solidão na multidão.

Diz-se que ela é amiga da utopia e da nostalgia.

A lembrança, sua maior aliada.

A máquina imensa das imagens ao nosso redor muda,

As imagens envelhecem, e os filmes mudam,

Trazendo sensações esquisitas a quem ouve a velha imagem rir.

Depois de um tempo a imagem já não será lembrada.

Mas um dia existiu.

O tempo que precisou para ser feita,

Não deve ter levado mais que segundos,

Mas foi feita com tanto amor e espontaneidade,

Quanto um dia levou para ser lembrada.

Sabrina Vieira
Enviado por Sabrina Vieira em 23/04/2008
Reeditado em 07/10/2012
Código do texto: T959086
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