Vertigem

Revelações Vulcânicas.

Descem lavas em seu eterno porvir.

Consumindo-me,

preparando-me, quiçá,

novamente,

para o ardor da solidão

que em ti reverberou.

Jazendo, aos meus pés,

tropeços de cinzas reluzentes,

amorfas,

de mim.

Quando eu te fujo

é porque o clamor incensado me chama

sem clemência e sem perdão.

Ah! A tormenta do chamado

que alimenta voraz o segredo,

intumesce meus seios,

dilata meus poros

enrubesce minha face

à brisa fresca do calor distante

Quando eu te fujo,

é porque o medo sopra em incêndio

consumindo etéreas chances de me libertar.

Vai-te poesia,

terror compulsivo,

aninhar-me em teu colo

tripudiando de mim

com a vil liberdade

de uma Vênus ardorosa.

Vertigem.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 21/06/2008
Código do texto: T1044437
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