Viajantes Iluminados

Ah! O alívio e a dor de não mais pertencer

a lugar nenhum

à âncora alguma

a um porto qualquer ou enseada tranquila.

No maremoto das idéias e pensamentos fugidios

o delírio ardoroso de uma imagem de tal amor poético

bate à minha porta,

em que porta tocaria teus dedos?

Afogo-me na aspereza de não poder

guiada pela sensação de que os Deuses

cumprem desígnios de extrema misteriosidade.

As palavras não mais me pertencem.

Tampouco as imagens.

Perdidas que estão em pensamentos vagabundos,

passeiam, à esmo, por um pátio de árvores frondosas

que nos escondem o sentido.

Ancestral brincadeira de criança,

Metáfora esvoaçante de uma poesia que ainda não se fez.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 30/06/2008
Código do texto: T1057999
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