A POMBA PTEROSSAURA

Minha amada linda pomba,

qual ave de arribação,

voou para o seu destino

e me deixou na solidão...

Fosse homem, não lagarto,

consolo eu procuraria

na Paleontologia.

Consolo talvez não achasse,

mas teria explicação,

pois as aves hodiernas

são delicadas versões

dos lagartos ancestrais,

os chamados dinossauros,

que já não existem mais.

No Triássico me veria

na minha imaginação:

Eu, Lagosuchus payensis,

ela, Eudimorphodon

voando na atmosfera,

enquanto em terra eu corria,

por toda parte atrás dela.

Setenta milhões de anos,

– o Jurássico inteiro –

eu seria um Stegosaurus,

herbívoro encouraçado,

procurando o meu destino

de lagarto apaixonado...

Depois... Durante o Cretáceo,

que trouxe as primeiras plantas

e a primeira primavera

Tyrannosaurus eu era

grandalhão, forte, rotundo,

até que veio a explosão

do grande meteorito

e acabou com o nosso mundo...

Depois... só a reencontraria

transformada em ave linda

que nem lembrava a forma antiga

da ancestral pterossaura...

E estaria assim selado

nosso destino animal,

mas adveio a separação,

e neste caso de amor jurássico

pôs o seu ponto final!...

Quero voltar pro Triássico !!!

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A Origem do poema: A maioria dos paleontólogos considera que as aves descendem diretamente dos dinossauros, grupo de répteis surgidos no Período Triássico. A causa de sua extinção, há 65 milhões de anos, talvez tenha sido a queda de um meteorito gigante. Os cientistas não sabem, entretanto, por que alguns grupos de animais sobreviveram e outros não. Ainda há dinossauros entre nós transformados em aves.

Renato Alves
Enviado por Renato Alves em 31/07/2008
Reeditado em 28/10/2008
Código do texto: T1105960