A ROSA


Ceifo meu destino.
Meu dias, a contagem dos anos.
É uma grande rosa
situada além de todos os jardins
Sua respiração me honra,
oculto-me em suas fendas,
arlequim devassa, grávida de vida.
Sou Noé, aquoso espinho parido
por  nobres raios
na grande travessia.
Uma conspiração me expõe
à ordem dos ocasos.
Não sei do que se trata.
Talvez seja tudo somente uma invisível casa
que ama,  sorri e  maltrata.
Nesta brochura de grandeza
respeito as sílabas mais fortes.
Sou destinada pelo destino
a sobreviver sem rumo e sem rosto.
A rosa sobre a etérea mesa.
Clara Leticia(LC)
Enviado por Clara Leticia(LC) em 29/09/2008
Reeditado em 29/09/2008
Código do texto: T1202101
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