A ROSA
Ceifo meu destino.
Meu dias, a contagem dos anos.
É uma grande rosa
situada além de todos os jardins
Sua respiração me honra,
oculto-me em suas fendas,
arlequim devassa, grávida de vida.
Sou Noé, aquoso espinho parido
por nobres raios
na grande travessia.
Uma conspiração me expõe
à ordem dos ocasos.
Não sei do que se trata.
Talvez seja tudo somente uma invisível casa
que ama, sorri e maltrata.
Nesta brochura de grandeza
respeito as sílabas mais fortes.
Sou destinada pelo destino
a sobreviver sem rumo e sem rosto.
A rosa sobre a etérea mesa.