NOITE BRANCA
Noite branca, nua.
Segredo do nada, matizes de rosas
desbotadas.
Tu desprendes o rosto que se forma
das lágrimas dos olhos
e em teu corpo de esfinge
tingem-se de vermelho
os espinhos que também se desfolham.
Teus passos são reticentes.
Em preto e branco nas névoas te inscreves,
a camuflar astros com teus rastros leves,
levando teus espelhos de estrelas dormidas
em viagens densas, no teu coração que não pensa
e faz da indiferença teu melhor conviva.