COXIA
Escondo-me.
Atrás dos vasos, das árvores
e não quero mais saber desse pássaro doloroso
que rompe as cinzas fechadas.
Que o sol me foge no nariz do dia
e as pedras caem ao redor dos meus braços.
Sou inútil e inúteis são as palavras
onde o vento me esparrama sem levantar.
E o espetáculo não pode mais continuar.
Escondo-me nesse mutismo sem guia,
sem ar, imenso e vago prazer
de ir de riso em riso pra não morrer.
Na boca não há acorde celestial.
É apenas uma sonata louca,
um violino em meio arco me toca
uivando a nota final.