VERSOS EM METAMORFOSE

Danço um tango apoteótico,

flutuo como uma ninfa frágil,

dou vôos razantes sem direção certa,

escuto a cigarra na sua disposição

em cantar sua acústica codificada.

Englobo as músicas e meus passos,

adentro ao vento, ao palco do momento,

inicio minha linguagem fonética

em poesias incorporada pela neblina,

homologadas pelos capítulos analíticos.

Minha categoria esóterica - a grafia dupla

Danço feito bailarina alada,

entre raios e trovões alcanço meu ritmo,

faço uma cruzada pela catedral,

acesso vocabulários íntrico

visto meu véu e escorrego pelo tempo.

Faço um capítulo, um soneto,

traço meu enredo em névoa,

acasalo e transformo em borboleta,

sem asas ,prefixos e códigos.

Tenho uma atração poética ideográfica

por uma analogia em neologismo,

psicografada por um jogral antigo,

um pouco romantico mas feito fantasia,

minha capacidade de colidir sílabas,

uma causa que não tem efeitos colaterais.

Meu argumento para um analista.

Acredito na loucura da poesia,

acessada pelos meus pensamentos,

momentãneos e passivo,

assinalada pela minha abeugrafia,

meus fragmentos reconstituidos

pela minha poesia...

Não dato meus versos suspenso,

por que escrevo para o mundo

em qualquer época......

soraia