NO COMPASSO DA CANÇÃO




Por mais que eu entoe um canto
Dos cantos que a vida tem,
Eu nunca adocei o pranto
Nem nunca embalei ninguém.

Ninguém me escuta, nem canta,
Ninguém sequer aprendeu.
E quanta desesperança!
Pelo cantar ser só meu.

Mesmo assim, sigo cantando
Meu canto de solidão
Vou pela vida passando
Andando na contra mão.

E lá vou eu, tristemente
No compasso da canção
Passo a passo, docemente,
Seguindo a intuição.

E enquanto o tempo passa,
Vou tentando transformar
O canto que a vida canta,
No meu jeito de cantar.


Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional