Imaginário
Todos os dias me pego silvestre
No ar um perfume campestre
Por mais de um segundo sou sem mundo!
Atiro-me em um lago profundo
Distante do fundo da consciência
Sentindo-me incônscio
Receio voltar.
Lá a liberdade está, sem direito de pensar
Equilíbrio e desmundo
Pra se encontrar.
Revoltas no mar, vivo sem pensar
A não ser na liberdade
De voar e plantar.
Ao adquirir livre forma, durmo
E não vejo o que para mim formaram
Quero apenas fugir.
Alívio e brisa me entorpecem do lado de lá
Vou e vou sem pressa de chegar
Sem hora para voltar.
Ficar não me convém
Partir me faz bem
E absolutamente nada me detém!
Mundo imaginário de ruas simples e curvas retas
De sonhos perfeitos
Com dias estrelados e noites ensolaradas.
Aqui os detalhes, nele a irrealidade
Esqueço-me de mim
E do momento que parti.
Mais uma vez nele me torno refeito
De tudo que desdenho
E não pretendo viver do seu jeito.
Acordo, desperto
Na sombra daquilo, aquele martírio
Que para mim não imagino!!