Na meia noite
É meia noite na catedral dos meus sonhos, e não sei se posso entrar...
É meia noite no plantel que inunda meus olhos...
A madrugada sofre fria e reticente e
no peito aberto,
a ferida crua,que teu rosto deixou maledicente...
É meia noite quando um bálsamo interfere em minha alma,
trazendo os sonhos que outrora vivi por ali...
Na noite que se encerra nesta hora,
passo a fitar o que sobrou de ti...
Na meia noite que transborda em minha pele,
ressecada pelo azedume de paixões não vividas,
busco algo que me mate ou me encerre...
Tiro a roupa que me cobre noite e dia...
Na meia noite que caiu sobre mim,
Minhas lembranças rodaram em minha frente.
Nas partes certas de incertas multidões,
procuro teu rosto em meio à lua quente...
Na madrugada da minha mente indecorosa,
Procuro-te no corpo que conheço,
Guardada nos confins da memória,
Partes de teu corpo desenho e vejo...