Auto-Retrato

Auto-Retrato

I

Agora eu entendo o quanto estive errada

e o quanto estes pés estiveram infalsos

e calcaram no chão de cimento a areia

de um tempo veloz que a passo de lebre

mordeu minha orelha e fez sangrar a alma

que delirava suavemente a calma

de um espéctro de passaro vermelho

que de chamas se deu asas e virou lobo

no interior de minha oca costela

que viria a ser do pranto a viela

no dia que sombrio eu fui despertar.

(Rafaela Duccini - 22/3/2009)

R Duccini
Enviado por R Duccini em 03/06/2009
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1630633