TIC-TAC
Perco o ritmo das horas
marcadas.
O tic-tac me deixa
invertida.
Corre o mundo no tempo,
avançado.
Deslize de um canto
fechado.
Trocamos os lados, viramos,
descompassados.
O tic-tac me confunde,
ilude.
Sei de horas na esfera
silenciosa.
Colhemos momentos, compassos,
eternamente.
O feixe de luz irradia,
partida.
Logo vejo um milhão de estrelas
extasiadas.
O tic-tac me alucina,
fico sem marcador.
Polvilhadas estão as esquinas,
de gente.
A corrente do relógio cessa,
travamento.
Esqueço que estamos juntos,
fingimento.
Paramos a hora no acostamento,
velada.
São Paulo, 30 de junho de 2009.
* Tic-tac é usado com licença poética.