fiapos que seguram

sono sonífero início

de realidade desgarrada

do comum apegado ao tato

grudado em sentidos comuns

sonho sonhado pra frente

olhado pra dentro que some

quando acordo, o pouco que recordo

nunca decoro

mas decora o véu de um novo sentido

sumido sumindo no leito do céu

estrelado e entrelaçado

por fatos que se ligam

de fios e fiapos que seguram

tudo o que é leve

e o que pesa sempre se desconecta

da trama superficial de um pano

espiritoquadridimensional

acessado ao transpassar do

espelho horizontal

introduzido pelo umbigo

o trigo e o sal se fazem

desnecessários

fico com o sono

o sonho e o escuro

só o sol que me alimenta