POEMA ABORTADO
"Apesar dos caminhos transviados, é sempre possível (d)escrever um final feliz"!
* * *
Era uma vez um poema
Que não chegou a nascer!...
Foi renegado pelo progenitor,
Devido à ejaculação extemporânea
Da sua mente estouvada.
Não passara de rascunho num papel,
Que ficou debotado pelo tempo
No fundo de uma obscura gaveta.
E assim um deprimido projecto
Ficou-se pelo sórdido anonimato,
Sem ganhar o seu alento da vida.
Foi encontrado numa lixeira,
Por um mendigo que não sabia ler,
Mas que sabia estar aflito da barriga.
E o poema que tinha tudo para dar certo,
Pois chegara a brilhar na mente de alguém,
Nunca passou de um poema da trampa,
Que na merda acabou!
21.01.2010, NelSom Brio