Minha vida num rascunho

Quase nada sobrou do que fui

Da guerreira que edifiquei

Ao longo de uma vida de aventuras

Restaram lembranças, sem esperança

De tudo que aprendi guardo a vontade que tive

De conhecer o mundo, seguir, partir

Sobras de uma alma hoje acorrentada por contas pretéritas

Deixei os desafios que me impulsionavam

As viagens que me faziam crescer, ser

Construí uma barreira e sou dona de minhas algemas

Inventei um muro de ferro pra que não possa fugir

Minhas lágrimas me alimentam e me curam

O sal me faz sentir, me faz acordar e não desistir

O mar me dá luz, me impulsiona, me chama

O gosto amargo de ver passar a “banda”

É suprido por saber que quem amo vai passar

Independente do meu martírio

Quem eu amo está passando e isso me dá forças

Recarrega meu viver, minha vontade de continuar

Vejo a vida de uma janela onde tudo é azul

Além, muito além de mim...

Aqui dentro.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 05/02/2010
Reeditado em 29/11/2012
Código do texto: T2070497
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