APARATOS

Do alto da torre

uma parede cega nos vasculha...

medindo pedestres de cima a baixo,

açoitando sedativos do pensamento.

Em frente um ermo estendido,

poucas medalhas se avistam.

O papel está maculado de nanquim,

de batom vermelho.

A bolsa carrega minuciosidades

em seda chinesa e leques.

Ar rorejante, frígido...

espasmos de olheiras vibrantes.

No pestanejar do relógio,

relíquias lívidas se debruçam.

São Paulo, 8 de março de 2010.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 08/03/2010
Código do texto: T2127417
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