NÃO EXISTE CÁRCERE PARA A ALMA DO POETA

Encontro-me no hospício das palavras, tomada por impulsos insanos fecho a porta do quarto, para ouvir a voz somente da alma alucinada, esta percorre todo espaço atravessando as paredes, ganha liberdade imaginária infinita... Vagueia na noite escura, vê o que não é, o que nunca pode ser aos olhos dos outros... Vento que sopra na madrugada, causando arrepios na pele. O sangue ferve na chama do desejo... Os cabelos voam, voa o vestido negro como a noite, fino como sêda. Nunca me viram!... Sou louca mulher que encanta, dança, para a lua cheia, para as estrelas, o vento e para os mistérios que rondam a vida noturna... Toda magia e os anjos me revelam a um anjo que chega, entregam-me ao anjo andarilho, peregrino... É envolvido na dança, louco, cigano... Vestido como um cavalheiro negro. É você! Sinto o corpo, a alma, auge da química, testemunha à lua a entrega total e plena, cigano encontra o destino que procurava... Quase a aurora, como parar o tempo? A alma retorna ao lugar de origem, abro a porta... Quando verei outra vez o cavalheiro? Fez-me feliz por um momento!

NATIVA
Enviado por NATIVA em 10/03/2010
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T2131506
Classificação de conteúdo: seguro