MAUS LENÇÓIS
Na música Kitaro bate os sinos
Escuto-a sorvendo mítica
O som me traduz um bordado voador
Nos cigarros consumidos o ócio
O corpo jogado sem temperatura
Bofe sôfrego tem uma norma a zelar
Sem lei dançar
O bailarino seduz com aquele dançar maroto
Um sentido a segui-lo
Como americano fala o tempo todo
Gesticula teatral escandaloso
No mundo só sabia dançar para tudo o mais não tinha tino
Delirante voava como mariposa pousava como borboleta
E juntos dividimos neuroses precipícios
Mostrou-me um mundo a mim desconhecido
Levou-me ao desassossego e de repente num redemoinho
Depois daquela aula percebi que nada tinha a ver com o jazz
Ele era muito sem fronteiras
Despedi-me e mudei de cidade de casa de identidade
Livrei-me do menino do Arpoador
Desfiz-me das areias me despedi das praias
Refiz-me nas companhias
Recolhi-me aos braços das montanhas
Mesmo confusa encontrei trilhas
No mar não tinha barco naveguei à deriva
Eu mesma que não sabia onde se encontrava
Casei mudei não convidei
Imagine eu também sem lei
Tomei horror a turmas
Encapsulei-me
Mesmo assim o caldo entornou
Admiti demais estava aberta em flor