Eu não sei falar de amor
Amor, o tão esperado mancebo
que corre desenfreado.
Corre até rangerem suas juntas.
Ele corre e passa do ponto.
E eu que não conto as horas,
Desprezo o tempo..
Que estive sentada
Com os pés virados para dentro.
Ele não me quer ver
Mancebo impetuoso
como a tempestade
corre para ali junto ao córrego
repousa sua virilidade
de olho na corsa.
Amor, o temido dragão
que se esconde nas grutas
atrás do véu azul da cachoeira
melindrosa.
Escorre delicada
cortina sem embaraços
Sutil e eficaz
Mas nem tudo me seduz
Após a noite
vem a luz.
Queria ter você aqui comigo
bicho felpudo
orelhas arrebitas
dentes brancos
sorriso puxado.
Quem é o amor
que não me deixa dormir?
Mancebo, dragão, coelho
não sei qual escolher..
Mas careço seu abraço
desejo com afinco
perder-me infiltrada
no teu sangue.
Dançando frenéticamente
no teu íris
igual o arco-ires.
Eu não sei falar
de amor.