Mundo ideal ou mundo real?

Eu danço no jardim da ternura,

onde ouço cantos profanos e animalescos,

mas doces e cheios de melodia.

Cores em flores que nunca vi antes.

Frequências inexistentes

que se conectam aos meus sentidos.

O sofrimento ainda existe,

mas sua importância não é a mesma.

Eu me apunhalo e não sofro.

Eu sangro mas não grito.

Eu apenos compartilho meus elementos.

O que eu sou faz parte de tudo.

Mundo ideal: incerto.

Então acordo e ouço moscas,

zumbindo de forma impetuosa nos meus ouvidos.

Há algum cadáver por perto.

Sempre há um cadáver por perto.

Vejo olhos vermelhos e cansados

perambulando no meio de luzes,

em uma velocidade caótica,

no qual tudo está cronometrado.

Meus passos, minhas atitudes,

minha vida e minhas escolhas,

tudo escrito, tudo ordenado,

tudo estritamente cronometrado.

Mundo real: paranóia.