O pássaro da gaveta

abri-a

ali estava ele

resistiu ao tempo

ao meu desprezo

porém não voava

não cantava

mas era o meu pássaro

toquei-o

senti suas penas

tomei-o nas mãos e

deixei-o junto ao meu peito

aqueci-o e fiz-lhe sentir que

eu respirava

meu pássaro foi revivendo

e como num toque de mágica

ele voou

deixei-o voar por entre o quarto...

mal tive tempo de abrir-lhe as portas

ele rompeu as paredes e voou

escancarei a janela

para vislumbrar seu vôo

e ele voava

alcançava o céu!

virei-me e

olhei a gaveta

fechei-a para sempre

e o meu pássaro?

voa por todos os lugares

por todas as eras

nas asas da imaginação

Flor Anaízes
Enviado por Flor Anaízes em 18/09/2006
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