O homem de vidro

Um homem de vidro atravessa a rua.

Seus passos são incertos e seu olhar vazio.

Seu rosto de vidro, todo remendado!

Quantos tombos ele levou...

As cicatrizes do passado

Estão estampadas no seu rosto.

O homem de vidro

Com seu corpo de vidro,

Remendado dos pés à cabeça,

É o que sobrou de uma peça rara.

Ele não consegue atravessar a rua.

Um desejo negro o atropela.

Um homem de vidro cai outra vez,

E, não se levanta...

Ele espatifou-se...

Só sobraram os pedaços

De um homem de vidro

Espalhados pela rua.

Daniel Tomaz Wachowicz
Enviado por Daniel Tomaz Wachowicz em 05/09/2010
Código do texto: T2480413
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