O TEMPO DOS TEMPOS

O tempo é o pai do esquecimento,

Ele vem amenizando as dores,

Que trazemos em nosso pensamento,

Querendo ou não, mágoas e amores.

O tempo é simplesmente dias e noites

Que muitas vezes nos trazem açoites,

Como mar tempestuoso em noite fria,

Como um Titanic em noite arredia.

O tempo não perdoa é implacável,

Tira as vaidades e repõe verdades,

Dos nossos seres vem o indubitável,

Marcando as horas do inevitável.

Há tempo de amar e de aborrecer,

Tempo buscar e tempo de perder,

Tempo de guerra e tempo de paz,

Tempo de viver e tempo de morrer.

Tempo de extremo de felicidade,

Também o tempo da realidade,

De perdermos aquilo que amamos

No triste tempo da fatalidade.

Há sempre o tempo de recomeçar,

Mas também há o de terminar,

Algo de bom ou algo de mal,

Há o tempo certo de findar.

O tempo é quem traz à memória,

O nosso momento a nossa glória,

De tudo que plantamos e colhemos,

É ele quem decide nossa história.

Há o tempo de sonhar com esperança,

O tempo de perdê-la na lembrança,

E o tempo em que vemos os horrores,

Nas pessoas e nos seus temores.

Há um tempo para nosso espaço,

Outro tempo de grandes alegrias,

Para outros é apenas um cansaço,

De grande sofrimento e nostalgia.

É fácil dizer viva seu tempo,

Mas é difícil fazer num momento,

Que nosso ser esta todo apagado,

Pela perda de um ser amado.

A o tempo da conformação,

Em que vivemos esta ilusão,

Imaginária do esquecimento,

Atrás da cortina da imaginação.

Mas sempre levamos em nossa mente,

A lembrança que nos segue gentilmente

De alguém que amamos fielmente

Que se torna em nossa vida permanente.

Até que vem chegando tempo

Da viajem final deste continuo,

Passageiro chamado o destino

Que nos leva ao final do tempo.

Ontem perdi um dos maiores amores de minha vida minha Santa mãe

No tempo de Deus.