o rio que fala

Apego-me nesta prosa

Estática e frisada,

Com conceitos desesperados,

Para que se possa mudar

O seu pleno regaço.

Na jangada que viajo

Sei que não posso parar,

Nada virá me deter,

Mas eu irei até o fim

Para esta jornada completar.

Olho para este rio e ouço

Sua voz ativa, que me diz:

Eu estou morrendo! Morrendo

Por causa do vosso egoísmo...

Tenho nojo deste limo,

Que me entope, e enfurece

Meus nervos aquarianos.

Nesta poluição barrenta

Que recebo desta gente

Sem amor e piedade.

Eu falo por mim mesmo

E desabo em lágrimas,

Destruo-me e retraio

Este maço de poluição,

Que pousa sobre minhas águas.

jesse ribeiro felix
Enviado por jesse ribeiro felix em 09/09/2010
Reeditado em 30/10/2010
Código do texto: T2487889
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