O Cemitério

Portão alto e negro,

desenho em solda barroco,

está sempre aberto

ao próximo morador.

Silêncio inquietante

incomoda as almas viventes,

da refúgio eterno ao peregrino

e acalenta os descançados.

O vento sopra as folhas secas,

como a vida enxota as almas para cá,

o corvo de seu pedestal seco,

dá boas vindas,

sem a ninguém discriminar,

Todos percebem nas entranhas,

a sombriedade e sinitrez do lugar,

inquietos, os acompanhantes

não vêem a hora de retornar.

Aos caos da violência humana

em suas multiplas faces,

pois a conturbação do viver,

ainda é mais atraente

que a tranquilidade de cá.