Então havia um anjo
E este foi ferido
Era preciso uma adaga
E fui forjada em labaredas
E fui usada para sangrar o anjo
O anjo veio a mim
Olhos tão ternos!
Pelo seu nato vício amoroso
Quis me entender como adaga
Quis sentir-me pontiaguda
O príncipe olhava e sorria
O príncipe em seu dragão
Dragão de verdes olhos
Divertimento fausto
Lauto manjar de demônios
O anjo propôs enganos
O príncipe sem princípios aceitou
A adaga tinha olhos e viu
Clareou o dia em mais dia
A adaga transfigurou-se em flor
Foi reencontrar belezas reais
Não na realeza, mas entre plebeus
E encontrou mais que esperava
O príncipe e o anjo?
Persistem naquela comédia