ALMAS DE QUARTZ (1ª parte)
A música invadiu as frestas das telhas
Raios luminosos transbordando azuis violetas
Despertando almas adormecidas no tempo...
O agora é absoluto.
Duas pedras que se encontram
Quartz como olhos d’água
Meigos, doces e líquidos.
Olhos que conhecem os meus
Como se estivessem na mesma face
Minha alma conhece esta alma
Quartz como olhos zens
Onde se esconde a memória?
O dia é o foi, e foram-se os dias que eram
Tantos que a memória do tempo registrou
As duas pedras tocaram-se
E apenas os olhos d’água viram
Sensação rica e silenciosa que só as almas
Que se amam conseguem experimentar
Os corpos desconhecidos temem
As almas de quartz curam-se
Os corpos de carne e alma tremem
Rica e silenciosa sensação
Como as pedras a flutuarem n’água
Instantânea, elétrica, viva
Os corpos como olhos zarolhos
A se quererem...
Turbilhão de forças positivas
O amor em quartz se distribuiu
Como um sol zen, de raios azuis violetas
Lisérgicos como olhos líquidos.
Não entenderam a luz os permanentes
Nem os que já passaram
Nem os que continuam juntos.
(Continua)