A face sem rosto

Tranquei meu coração numa caixa

E deixei a razão voar sorrateira

A frigidez é dor física, talvez

Pagamento pela minha auto-traição.

A solidão é auto-flagelo, companheira

A dor está lá, no coração guardada

Dentro da caixa, onde a tempestade reina

É na tempestade que meu ego se consome

Chaves são para devorar, e o estômago

... - se suicidou por auto-digestão - ...

o estômago levava morcegos pintados

Pra disfarçar, uma beleza artificial

Quando cai o pano, as máscaras se vão

E eu quebrei meu próprio rosto em cacos

na hora de desfazer meu personagem

Sou só face... nada resta.

Debora King
Enviado por Debora King em 28/03/2011
Código do texto: T2876228
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