O sangue em suas mãos
Não há mais horizonte para sua ilusão
Não há mais infância para privar-lhe da razão
Não há mais alternativas para recusas, para nãos
Não há mais em seu coração o Deus do horror
Não há mais o ridículo do inocente amor
Não há mais; talvez o rancor, talvez a dor, talvez o torpor
Taciturno, no silêncio sua voz vazia
Ecoando por sua memória incerta
Por seus dias, por sua vida indigna
Queimam em sua cabeça os Jogos da indecência, da corrupção
Do mundo de injustiças, do mundo de podridão
E o sangue derramando em suas mãos
Para além da ponte, sua alma olha
Para além dos céus dos deuses mortos, deuses de outrora