O sangue em suas mãos

Não há mais horizonte para sua ilusão

Não há mais infância para privar-lhe da razão

Não há mais alternativas para recusas, para nãos

Não há mais em seu coração o Deus do horror

Não há mais o ridículo do inocente amor

Não há mais; talvez o rancor, talvez a dor, talvez o torpor

Taciturno, no silêncio sua voz vazia

Ecoando por sua memória incerta

Por seus dias, por sua vida indigna

Queimam em sua cabeça os Jogos da indecência, da corrupção

Do mundo de injustiças, do mundo de podridão

E o sangue derramando em suas mãos

Para além da ponte, sua alma olha

Para além dos céus dos deuses mortos, deuses de outrora

Fabio Roberto Soares Mota
Enviado por Fabio Roberto Soares Mota em 04/05/2011
Reeditado em 22/02/2020
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