MULHER DE PEDRA, NUA E "DECEPADA"
Nua, de beleza plena
Descansas agora, decepada
Sobre o lancil das avenidas
Que te viram sorrir.
Ergues a tua sensualidade
Sobre os teus braços ausentes
Quiça perdidos
No limiar das carícias geladas
Que fizeram de ti
Mulher de pedra.
Foram teus os abraços sentidos
As noites de volúpia adivinhada
No teu corpo curvilíneo
De Primaveras rasgadas
Sob o estremecer das madrugadas
Em delírio.
Olhares ansiosos
Repousam sobre os teus ombros
Num despudor ousado
Com que continuamente te desvendam
E desnudam
Ostentando a tua face de mulher de pedra
Decepada e gélida
Na incógnita do saber
Se o teu coração
Ainda arde de amor.