Folha de Sangue

E numa tarde de pura tentação,

Foi avistado um corpo, uma paixão.

Maus presságios se juntam à estação,

Encerrando um sangrento verão.

Agora, as folhas já nos são móveis.

Há vida, há morte, há revólveres.

E tu, que és o tempo, já choves,

Como um pranto de hienas atrozes.

Tal qual uma apaziguadora gangue,

Que gera amor, ódio e bang-bang,

Torna o inóspito e invisível mangue,

Numa cidade, numa folha de sangue.