DELÍRIO ÍNTIMO...

Creio na possibilidade do impossível

Onde o sonho ainda não sonhado germina

Por onde o início do caminhar termina

E a seriedade torna-se então risível

Creio na melodia rítmica do silêncio

Na arquitetura fortuita do nada

Onde andarilho ermitão faz morada

E o estéril desistir entra no período do cio

Creio na vida que envolve as paragens desérticas

Nos fluviais rios por onde nunca houve água

Na nudez da velhice vestida de antropofágica anágua

E na antítese das elaboradas e imbecis estéticas

Creio no poder da inconsistente candura

E no poder do ressentido e urdido tremor

No vazio de patético e insalubre temor

E na esperança vigorosa mesmo sem lisura

Creio no amanhã do ontem perdido na imensidão

E na alegria solta em uma lagrima de tristeza

Creio na imaturidade dessa pontual natureza

E no companheirismo de minha íntima solidão

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 29/11/2011
Código do texto: T3362733
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