Corre disse a Tartaruga.

Corre! disse a tartaruga

Atreve te! disse o covarde

estou de volta disse um cara que nunca foi a nenhuma parte

Salva-me, disse o carrasco

Sei que foi você disse o culpado.

Não me grites, disse o surdo

Hoje é quinta, disse a terça

E tu não te perfumes com palavras para consolar-me

Deixe-me sozinho comigo mesmo

Com o único inimigo que mal vive de pensão no meu coração.

O ciumento, o fugitivo

O mais escuro dos dois

O parente pobre da duvida

O que nunca se desnuda,

Se não me desnudo

O caprichoso, o orgulhoso, o outro

O cúmplice, o traidor.

A ti estou falando

A ti que nunca segues meus conselhos.

A ti te estou gritando

A ti que estas metido em minha pele.

A ti que estas chorando ai, do outro lado do espelho

A ti que não te devo mais que um empurrão

Que a noite me levou a escrever esta canção.

Não mintas disse o mentiroso

boa sorte , disse o blefe

Cuide da alma, disse o gordo vendedor de carne

Prova-me, disse o veneno

Ama-me como odeia os amantes

Drogas não, disse o traficante

Quanto vales, disse o gângster

A ponto de render-me estava.

A um passo de queimar as naves

Quando ao borde do caminho,

Por duas vezes o destino me fez um gesto

em forma de lábios de mulher.

Nos convida a um drinque?

Eu te enxugarei o suor,

Eu te abraçarei debaixo da roupa.

E quem vai dormir comigo?

Nem sonhes, respondeu uma indignada

E a outra encantada, não disse nada e sorriu.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 15/02/2012
Código do texto: T3500217