ALEGORIA DA SERPENTE

Levantei o véu...

Em silêncio, na tarde que caía

Tua figura sinuosa ali jazia

A olhar-me fixo, contra o céu...

Serpente bela, que me dizes?

Da vida sou um mero ser vivente,

Com alma de mulher e adolescente

Dentre os teus ardorosos aprendizes...

Tua sabedoria pra mim é um tabu.

Diz-me coisas não sonhadas!

Mandas que permaneça acordada

Enquanto a vida desliza como tu.

Serpente bela, na vida não tenho amores...

Como tu, silencio na alvorada,

E me escondo na noite enluarada

Entre os teus meneios sedutores!

Deslizas solitária entre meus sonhos,

Dizes da solidão e do abandono,

E meu coração que está sem dono

Para ti, em teu regaço eu ponho!

Teu mistério povoa a minha vida.

Teu segredo me faz admirar

A beleza de teu doce deslizar

Da figura marchetada e tão querida!

Sibila... Sibila.... Diz-me porque sonho

Em ser sedutora como és? !

Queda-te em silêncio aos meus pés

E no meu, o teu corpo ponho!

Levantei o véu....

Ela se foi devagarzinho...

Abandonou o calor do meu ninho

E sumiu na noite pelo céu!........

RACHEL

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 19/02/2012
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