A Doida

Reedição:

A doida

Vai fingindo que é pra ela

O beijo do beija-flor

Se sente numa aquarela

Quando vê grande pintor

A música ouve e pensa

Que é seu o compositor

Veste seu corpo nu

Com a brisa e o ar

Passa diante do poeta

Só pra ele se encantar

Sua boca rubra e macia

Fala coisas sem sentido

Numa hora de loucura

Tatua o próprio umbigo

Coloca letras no varal

Para o vento balançar

Entrega-se sem censura

Sem saber sequer amar

Mas o poeta não quer motivo

Para assim se apaixonar

Foi assim que a pobre doida

Encontrou com Cervantes

Montou em seu cavalo

Seguindo um doido errante

E assim seguiu viagem

Dentro do peito a certeza

Gritava de tanta vontade

Que queria do peso a leveza

A doida seguiu feliz

Entre sonhos e fantasias

Hoje compõe canções

Versos e poesias

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 30/03/2012
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