SOB A LUZ DA LUA FRIA

Combinam-se os elementos

na alquimia de um amor sem igual

e que se faz intenso e pleno

sob a luz da lua fria

como a essência de um perfume

liga primordial.

O fogo da luz fria, vai crepitando

derramando-se como semem

pelas ancas abissais, falésias

precipitação no ar em vôos

ascenssores pelos litorais.

A musica atonal que a todos

enleva, exercícios de sedução.

O filtro do amor que lança

os entes, ao desespero do sexo

em um torpor dolente.

Os frutos deste amor

porque são aromas, ninguém

os come, e se não são do mar

ou da terra, ficam caídos

pelos cantos na areia seca

do deserto, ao alcance

da sede e da fome.

E são aquosos, já mordidos

liquefeitos como os rios

que levam as almas

à promissão, à explosão

de paixões e de cardumes.

Os peixes jogam o inter-texto

do claro/escuro. Sereias margeiam

mentes, e são as fantasias

de um épico romance

que é mais que a vida, que é mais

que o mar, eterna calma em propulsão.

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 29/01/2007
Reeditado em 29/01/2007
Código do texto: T362098