O RITO DO SOL

Para cada Sol,

Há um alguém,

Um para cada Sol.

E há sete sois...

Há um que é o sol cru vestido de negro e carne viva.

Mas este sétimo é uma mulher, é uma égua,

Uma égua, com um homem conduzindo-a.

Mas é o cavalo que é o sol e não o homem.

No dilaceramento da noite uma trombeta estranha,

As mulheres que estavam deitadas

Tombadas nos lençóis encharcados de desejos,

brotaram uma a uma como girassóis,

Não sós...

Lótus d'água,

E a cada uma que brota,

Cada vez mais sombria e refreada a batida do tambor

Até que de repente chego a galope, a toda velocidade

Como o último sol,

O primeiro homem.

O cavalo negro empunhando a lança firme

Um homem nu,

Absolutamente nu em cima.

Dos lençóis.