Algazarra e Morte (parte III)
(Título alternativo: "Triste Tarde das Putas Lamuriosas")
Ao entardecer,
Tudo, enfim, voltou ao normal.
As galinhas voltaram a nadar
Livres sobre as nuvens,
E as camas dos livros policias
Viram-se, novamente, ajuntadas
E postas, uma ao lado da outra,
A temer o escuro.
O pingo
Da gota
De suor
Que escorreu
Da barba
Do velho
Fantasma azul e mudo
Brilhou no mar vermelho
Que se criou da algazarra das virgens sacanas.
“A desgraça da vida”,
esbravejou o feto,
“É saber que somos todos merda!”.
“E o gozado da vida”,
replicou a borboleta,
“É saber que a virgem goza,
E a puta fala!”.
E as putas, então, calaram-se.
Mas o cínico é que
Somente a tal borboleta,
Até aquele momento,
Tinha percebido as lamúrias putanas.