Viagens de uma mente oceânica

Num universo tão grande

Que cabe na palma da mão

O instante e o agora

Noite a fora

São cordas soltas de um violão

Músicas na madrugada

Numa brisa deveras gelada

Um som que ecoa

Por toda a fachada

Da casa, da proa

Do barco, em alto mar

Autogiro, automobilizar

Altissonante, canto inebriante

A poesia voltou

O amor dormitou

Nas ondas soturnas

Entre nuvens e icebergs

Num inverso de tudo

Num reverso profundo

Das marés de Saturno

No oceano escuro

Das maravilhas do estelar

Quem te disse

Que a vida tem um sentido

Ou que o livre arbítrio

É uma massa de modelar

Nada faz sentido

Tudo bem servido

No foguete expandido

Na galáxia de ninar

Sonho breve

Escuridão salutar

Pássaro leve

Por uma viagem estelar

No fundo do mar da mente

E de repente

Tudo se volte

Em profusão

Assertivamente

Ao começo desta canção deprimente

Que é viver

Que é viajar

Pelo espaço da mente oceânica

Pela via láctea do sonho perdido

E do desejo infinito

De que tudo na vida

Tenha algum sentido...