Arara-azul

Ontem comeremos vinho sanguinolento

Amanhã bebi os seus lábios róseos

A flor noturna trouxe cerveja embriagada.

O calçado branco lácteo

do guarda-chuva escuro de seus

olhos claros.

Aquele leque negro de caracóis

esconde um disco voador purpurinoso

guiador de Breton, Dali, Buñuel e Nadja

Ah! Carrossel maravilhoso

Quem me dera morder a sua alma e

beijar a sua borboleta vulcânica.

Passeias comigo nesta

noite de semana passada

sobre as espirais raivosas

dos ventos vermelhos violetas.

A vida nebulosa suspira

as reminiscências da psicodelia

borboletária de asas outoniços

vibrantes e vagos

das nuvens do nosso travesseiro disforme

eu vejo Magritte surfando

a invisibilidade de um cachimbo.

Rodrigo Fernandes Ferreira Brito
Enviado por Rodrigo Fernandes Ferreira Brito em 12/09/2012
Reeditado em 13/09/2012
Código do texto: T3878106
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