Noite Adentro
 
Num instante momento,
Vai sem luz ou sentimento.
Debruçado em uma história,
Destas que se fixam e viram memórias.
De um tempo que nunca foi,
De uma vida que nunca passou,
Que fica como verdade nos entalhes que se formam das mentiras.
 
Retalhos de um demente,
Que mente e sente como se verdade fosse,
Um cobertor de retalhos.
Onde cada traço,
É parte de uma imagem montada no que seria melhor,
Para o que foi ruim.
 
Como uma paisagem,
Pintada a partir de um deserto de cores.
Como uma velha escultura,
Moldada a partir de uma feia figura.
 
Pedaços do que nunca foi belo,
Belo no conjunto de retalhos.
Que cobrem a noite em um manto que conduz,
Até a mais longínqua estrela.
Que imaginamos ser parte de um todo,
Que imaginamos,
Não sabemos,
Apenas mantemos o belo como sê-lo,
Por fazê-lo,
Parte deste cobertor de retalhos,
Que acreditamos ser belo,
Por não saber se belo fosse.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 20/09/2012
Código do texto: T3892266
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