PREFIRO

PREFIRO

Prefiro esquecer que teus olhos cintilam no ouro e brilham ao cair do sol,

vislumbram no cândido olhar a negra sombra a desaparecer sobre o céu,

em prantos selvagens o som uivou na luz, e voa a cambraia do meu lençol,

sangra a terra da vergonha, abrem-se portas em feridas, aguenta-se o mal,

será a clave a assinalar o tom, quarta corda do violino, quinta nota musical.

Prefiro desvendar a minha alma na natureza vingativa dos teus episódios,

amor-próprio, castigos são serpentes fora da paixão, teias em raízes abertas,

oh, peste dos sonhos, perfumes do mau tempo, a sudoeste venenos de ódios,

a tempestade sua, na guerra o amor tortura o suor da nuvem, triste fraqueza,

incapaz e prisioneira, vive a lenta solidão da fome, retratada na tua frieza.

Prefiro sentir as ossadas na pedra rochosa, vem um anjo rígido sem entender,

na ilha do saber parte o passado no anel afogado, moribundo silêncio não se vê,

regressado fugiu do mar das multidões, infindável desprezo nem o senti morrer,

ficou o figo de pita, a urtiga que pica, e nasce o cruel vendaval do que sobrou,

sem remendo, nem entendo, inglório sonho que fica, nem tu nem eu o sonhou.

Maia de Melo Lopo.

Lisboa/Portugal.10.

Registo de Autor IGAC-Ministério da Cultura/Lisboa.

Embaixadora Universal da Paz –Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix. France & Genève Suisse.

Delegada Cultural FEBLACA/ Brasil./Autora do Portal CEN Portugal e Brasil/Autora Revvistinha. Rio de Janeiro e do Movimento Internacional de Poetas del Mundo.Chile.

Maia de Melo Lopo
Enviado por Maia de Melo Lopo em 18/10/2012
Código do texto: T3938954
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