Esmalte Soberbo

Ai, vontade de vomitar os perfumes

dos bosques herméticos que flutuam

na piscina de ácido sulfúrico ao lado

da margem ausente, sentimental e fria.

Muito longe! A flor de um guarda-chuva negro

me disse sobre a incerteza de beber

a língua de um dragão sonolento.

A ampulheta chora lentamente!...

O mar amarelo esverdeado aguarda

a manifestação do relógio congelado

na provocação libidinosa do cisne rosa.

O anjo tácito observa as areias dançantes

escorrerem o arco-íris da ampulheta.

A embriaguez primaveral da rebeldia

me instiga para beijar as imagens

que os ventos oníricos cantam.

A sombra onipresente do cabelo amarelo

enfeitiça a sublime voz colorida.

Deixem os pássaros beijarem

todas as alegrias dos relâmpagos arenosos

que as chuvas violetas videntes trouxeram

para afagar a movimentação de corpos.

O pensamento despertou o sol para iluminar

a beleza que apenas a flor rima rara possui

durante o encanto da lua fluorescente.

Um morcego exilado da gruta pictórica

deseja um asilo ardente e úmido.

O leão gentil não quer perder o presente

que recebeu de um pinguim azul, apenas

anseia chupar os afetos do morango alado.

Rodrigo Fernandes Ferreira Brito
Enviado por Rodrigo Fernandes Ferreira Brito em 21/11/2012
Reeditado em 21/11/2012
Código do texto: T3997972
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