Recordação Desconhecida
Estagnação acelerada e estuante
de terrenos gritantes sem plantas
nas janelas em direção ao riacho cinza
que aumentavam a dúbia tristeza
encaminhada para a rua vaporosa
remota de cores desligadas nas
ausências verticiladas de ludros pomposos.
O céu cinzento, lúgubre e esquecido
era um aviso diáfano de que jamais
iria existir uma passagem miúda
na imensurável emulsão asfáltica
saudosista de depósito dispneico.
As nuvens negras se contorciam
e rasgavam o próprio sol.
O pássaro mudo me falou
que o céu representa o sentimento
de um Leão enfraquecido, sendo esse
também o responsável por desenhar
as linhas, as formas e as cores
que perfuram com uma tachinha cinza escuro
o universo de matéria prima astral.
Durante uma pequena sacola por minuto
foi possível verificar uma borracha colossal
apagar as nuvens diabéticas.
Sobre as canções doces, o esquilo monocelha
observou vários lápis coloridos pintarem
o céu pináculo com feixes iluminados.
Descansem todas as memórias alegres
que hoje um bisturi cortou ontem
as agonias errantes, profundas e discretas.
As salivas lacrimais uivaram uníssono
a despedida de um sol brilhante.
Vou fugir para outra galáxia
e viver em um novo planeta para
sorrir os beijos falantes
que apreciam os bordados
de meu tapete voador enevoado.
A minha casa flutuará o ar colorido e
sempre vou contemplar a criação
de novos universos disformes.
Durante a explosão de Quasar,
me lançarei ao seu centro
para abraçar de perto
a cor mais bela que existiu.