Recordação Desconhecida

Estagnação acelerada e estuante

de terrenos gritantes sem plantas

nas janelas em direção ao riacho cinza

que aumentavam a dúbia tristeza

encaminhada para a rua vaporosa

remota de cores desligadas nas

ausências verticiladas de ludros pomposos.

O céu cinzento, lúgubre e esquecido

era um aviso diáfano de que jamais

iria existir uma passagem miúda

na imensurável emulsão asfáltica

saudosista de depósito dispneico.

As nuvens negras se contorciam

e rasgavam o próprio sol.

O pássaro mudo me falou

que o céu representa o sentimento

de um Leão enfraquecido, sendo esse

também o responsável por desenhar

as linhas, as formas e as cores

que perfuram com uma tachinha cinza escuro

o universo de matéria prima astral.

Durante uma pequena sacola por minuto

foi possível verificar uma borracha colossal

apagar as nuvens diabéticas.

Sobre as canções doces, o esquilo monocelha

observou vários lápis coloridos pintarem

o céu pináculo com feixes iluminados.

Descansem todas as memórias alegres

que hoje um bisturi cortou ontem

as agonias errantes, profundas e discretas.

As salivas lacrimais uivaram uníssono

a despedida de um sol brilhante.

Vou fugir para outra galáxia

e viver em um novo planeta para

sorrir os beijos falantes

que apreciam os bordados

de meu tapete voador enevoado.

A minha casa flutuará o ar colorido e

sempre vou contemplar a criação

de novos universos disformes.

Durante a explosão de Quasar,

me lançarei ao seu centro

para abraçar de perto

a cor mais bela que existiu.

Rodrigo Fernandes Ferreira Brito
Enviado por Rodrigo Fernandes Ferreira Brito em 14/12/2012
Reeditado em 14/12/2012
Código do texto: T4034721
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