EU VI

Eu vi a natureza morrendo

Árvores tombando

No coração da Amazônia

Estradas de fogo se abrindo

Vi animais padecendo

Sob o poder da deusa plutônia

Eu vi o retrato da barbaridade

O sangue irrigando o chão

O germinar da divergência

Era a chacina da humanidade

Entre o homem e a paz, separação

O domínio da violência

Eu vi as marcas da agonia

Mortos em filas, deitados no chão

Com olhos abertos para o céu.

Armas de fogo aumentavam a porfia

Gritos rasgavam o ar, sem compaixão

O céu em chamas se fez véu.

E eu vi pela camada de ozônio

A terra sendo derretida

Ninguém antes se importou

O que reinava era o poder do Deus plutônio

E eu vi Deus no céu mostrando a terra prometida

Era o Juízo Final que ninguém acreditou.

Vi os sinais prenunciando nossa morte

A mim foi revelado tal presságio

Eu vi o fim do mundo nascer,

E um sino gemia de dor no campanário

Avisei e nada mais pude fazer.

Gilnei Poeta
Enviado por Gilnei Poeta em 10/03/2007
Código do texto: T407402
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