MENINA PRINCESA

Não te vá um pouco, menina princesa, porque se me deixar sozinho, serei o ermo a gritar pelas sombras das rubras, ebúrneas cores dos olhos da morte e a te seguir.
Não vá solitária, mas me leve um pouco.
Um pouco de mim, outro de segredos e de céus e alentos.
Nem o vento gelado desfaz-me do desejo que principia.
E se não fores toda minha, darei tuas mãos às cinzas, e tuas fotos ao vento, e teus segredos aos mares, e teus gemidos aos quatro cantos do mundo.
Não te vá novamente, para que voltes com aquele sorriso malicioso.
Nem me esqueças por um instante, se fores e os céus te seduzirem.
Ah! Nos becos escuros da noite...
Cubra-me de pó a vida, se não voltares quando eu pedir.
E morra em mim todo o desejo de te querer novamente, morra em mim o amor.
Só me resta a noite, só te restam as estrelas.
Eu sei que sou pouco, eu sei...
Por isso sorri meu coração quando de tempo em tempo ouço teus passos caminhando até minha casinha chamada saudade
Vem menina princesa, e dá-me tua mão
Sê-me como orvalho caindo à noite
Como a princesa do meu coração...
jairomellis
Enviado por jairomellis em 24/03/2007
Código do texto: T423952
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