Ninho de mafagafos

Derrama-se a letra em solo fértil,

Dourado, fez-se de inspiração a Fênix.

Desenha-se, como um corte, o vil desdenho,

E no horizonte cria seu renque.

Pensamento no engenho, sua engrenagem.

Vê-se o gado, vê-se aragem.

E de tudo que cair como chuva,

Foi-se a uva, põe-se a luva,

E no ninho de mafagafos,

É feito o vinho de boa safra.

Inspiração de araque? Nem se cogita.

Regurgita o que nada vale,

E de um longo caso de afeto,

Com o amadurecimento,

A escrita alto pronuncia...

Eu diria: paixão eterna.

E o texto da vida?

Ah! Ele por si só já é ele mesmo.

Pra tudo não ter sido a esmo...

Vamos aprender línguas estranhas,

Nos queimarmos andando na brasa,

Pisar no inferno, inventar artifícios,

No final ser o médico de um anjo caído.

André Anlub®

(24/6/13)

Site: poeteideser.blogspot.com

Poeteideser® - Pena & Pincel®